Governo do RS interrompe processo de privatização da Corsan

Publicado em: 13/07/2022

Nesta quarta-feira (13), o governo do Estado anunciou, em coletiva de imprensa, a interrupção do processo de privatização da Corsan.

Segundo o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), após a decisão do TCE-RS, o processo levaria mais tempo e atrasaria a venda da Companhia. A direção da Corsan também afirmou que a revisão dos valores inviabilizaria a operação no prazo pretendido pelo Estado.

Desta forma, a Corsan pedirá o cancelamento do registro de oferta pública junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e não prosseguirá com o pedido de listagem na B3 (Bolsa de Valores).

Na última semana, o TCE-RS encaminhou uma liminar ao governo e à Companhia Riograndense de Saneamento, solicitando a suspenção da oferta pública, impedindo que o processo de privatização avance sem as correções na modelagem econômico financeira adotada para a desestatização da Entidade.

O Sindiágua/RS reforça que a sociedade e a categoria devem seguir em alerta, pois não haverá desistência por parte do Estado. “Estamos em ano eleitoral, e o governo joga e tira do centro das discussões a questão da privatização da água, mas o desejo da direção da Companhia, e também do governo, é de cumprir a tarefa. Logo após as eleições, tentarão novamente convencer a população de que a única saída é a privatização da Corsan. Quem definirá a privatização será o povo gaúcho, nas urnas, afirma o presidente do sindicato, Arilson Wünsch.

Para o presidente da Ascorsan, Cleber Machado, a luta pela água pública é singular, e resistir à privatização é uma urgência que exige comprometimento, engajamento e união. “É uma queda de braço entre aqueles que defendem um Estado mínimo e aqueles que defendem um Estado necessário. Cabe salientar a relevância das conquistas obtidas até aqui por todos nós, que acreditamos na luta sindical e que podemos tornar essa batalha referência para nosso Brasil. Nós da Ascorsan estamos unidos e somando esforços para derrubar este projeto nefasto de privatização”, revela.